domingo, 28 de agosto de 2016

PE diminui número de atendimentos a motociclistas feridos em acidentes


Nos quatro primeiros meses de 2016, Pernambuco registrou uma queda no número de atendimentos a motociclistas em grandes emergências do estado em relação ao ano anterior. De janeiro a abril de 2015, foram 1.329 atendimentos. No mesmo período desse ano, o quantitativo desceu para 1.043, segundo dados da Secretaria de Saúde. Apesar da diminuição, a gravidade dos ferimentos ainda é algo que preocupa autoridades.
Os dados mostram que 2015 teve 32.881 motociclistas envolvidos em acidentes número 5,5% menor do que a estatística registrada em 2014. Para o coordenador do Comitê Estadual de Prevenção aos Acidentes de Moto (Cepam), João Veiga, a estatística é boa, mas o grau de ferimentos provocados pelos acidentes ainda é preocupante.

“Os ferimentos são mais graves e o número de mortes não caiu. O número de acidentes nas cidades diminuiu, mas ainda há muitos casos nas zonas rurais do interior”, explica. Na sexta (26), por exemplo, um acidente de trânsito envolvendo uma moto e um carro-pipa em Afrânio, no Sertão de Pernambuco, deixou uma pessoa morta.
De janeiro a julho deste ano, dos acidentados que deram entrada no Hospital Universitário (HU) de Petrolina, 73% foram vítimas de acidentes de moto. Em junho de 2016, o hospital gastou quase R$80mil reais com a aquisição de órteses e próteses, fora a compra de outros materiais, como curativos especiais.
Ainda de acordo com o coordenador do Comitê, os gastos hospitalares com os pacientes envolvidos em ocorrências com motocicletas supera o valor investido em doenças como o câncer. “No ano passado, foram gastos R$ 500 milhões somente na rede hospitalar para manter as vítimas dos acidentes de moto, isso sem falar nas UPAs, no Samu e no INSS. Esse tipo de acidente é previsível e evitável”, pontua. Somando essas outras variáveis à conta, os gastos no ano passado chegaram aos R$ 917 milhões, segundo dados da SES.
Durante a reunião do Conselho Nacional dos Secretários de Saúde, ocorrida nesta semana em Brasília, os representantes dos estados brasileiros concluíram que a ação mais eficiente é aumentar a fiscalização e as multas para infrações de moto. “Futuramente deve ser feito um seminário rápido para avaliar quais são as medidas mais urgentes a serem propostas ao Senado”, explicou o coordenador do Cepam.
Despesas do estado à parte, Veiga atribui a diminuição do número de atendimentos a fatores como o emplacamento das “cinquentinhas” e às fiscalizações da Operação Lei Seca. “Nossa queixa é em relação aos municípios, que não fazem esse tipo de fiscalização e também deveriam adotá-la”, diz.

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