domingo, 5 de junho de 2016

O povo está cansado de tanta corrupção e descasos dos políticos brasileiros que só pensam em si próprios


Os movimentos populares que tomaram conta dos  centros urbanos no País sinalizam que há uma certa decepção dos cidadãos com os Poderes Públicos.
É uma pena que os governantes e a sociedade não tenham compreendido os posicionamentos do empresariado, baseados na realidade inquestionável de que os brasileiros pagam muito e recebem pouco dos governos. A astronômica carga tributária, os altos custos burocráticos e o descontrole das finanças públicas integram a pauta sistemática das entidades representativas. Talvez pelo preconceito contra os empreendedores, a sociedade não reconheceu a gravidade desses alertas sistemáticos.
Também não percebeu a correção da tese empresarial de defender total prioridade para investimentos na  infraestrutura do país e do nosso Estado. O “custo de não fazer”, calculado pela Agenda 2020 no Rio Grande do Sul, mostrou que o desperdício provocado pelos congestionamentos de trânsito poderiam propiciar a construção de novas estradas. Mas pouco foi feito.
Se o preconceito mascarou e desconsiderou as posições e propostas dos empresários, hoje se vê que o contribuinte brasileiro descobriu, por outras vias,  que a elevação dos preços das passagens de ônibus urbanos _  o estopim das manifestações _  pode resultar  da soma de ineficiências do setor público, tendo como parte visível a cunha fiscal incidente nessas tarifas, mas que também se forma a partir da falta de conservação da antiquada malha de vias públicas.
Mais ainda: o bom hábito dos consumidores diante dos preços estáveis, a partir do controle da inflação, começou a se esvair pela gastança dos recursos arrecadados dos mesmos cidadãos que, agora, se convencem de que não recebem as contrapartidas equivalentes em serviços de saúde, segurança, educação e na qualidade do transporte coletivo.
Não se admitem os casos de vandalismo, a baderna das minorias oportunistas infiltradas nas manifestações, e a negação ao direito de ir e vir das demais pessoas. O que se deve retirar de tudo isto é um novo aprendizado.
Fica  evidente o cansaço e o desencanto dos cidadãos. Quem captar a lição que vem da democracia, terá que se lançar não só com um novo discurso, mas assumir formalmente o compromisso de novas atitudes e práticas, especialmente na gestão pública.
Por Heitor José Muller, Presidente da Federação das Indústrias do Rio Grande 

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