quarta-feira, 10 de setembro de 2014

Ao que sabe, os mortos não podem votar, nem serem votados e nem doarem dinheiro para campanha eleitoral


Meus abusados leitores eduardianos reclamam por que não esqueço de Eduardo Campos. Gostaria muito que, uma vez falecido, ele descanse em paz, como todo bom morto. Infelizmente, neste caso, isso não é possível. A revista paulistana CARTA CAPITAL dessa semana publicou uma notícia do além: segundo o periódico de São Paulo o ilustre falecido de Pernambuco e ex-candidato à Presidência da República pelo PSB teria doado a Marina Silva a singela importância de 2.500.000,00 reais, para a campanha dela, DEPOIS DE MORTO! Ou seja, no dia seguinte ao acidente aéreo que o vitimou.
Como se vê, é difícil esquecer um falecido assim, que mesmo depois de morto ainda continuou operando, agindo, interferindo no rumo das eleições presidenciais. Seria o caso de a Justiça Eleitoral e o Ministério Público Eleitoral perguntar pelo endereço do Centro Espírita (e o nome do medium) onde foi feita essa "doação". Ao que sabe, os mortos não podem votar, nem serem votados e nem doarem dinheiro para campanha eleitoral. Caso não previsto pela legislação atinente aos candidatos vivos. Ainda não há uma legislação eleitoral para candidatos mortos. Embora eles ajam por aí, com a conivência explícita dos familiares e correligionários.
E por falar em doação para a campanha eleitoral, os comunicadores do sistema JC vieram me indagar sobre a revelação do ex-diretor da Petrobrás sobre o pagamento regular de propinas aos políticos e governadores da base aliado do governo federal, incluindo aí, nada mais nada menos, do que o falecido. Está vendo por que a gente não consegue esquecer o nome dele? - Perguntaram qual a influência que essas revelações poderiam ter sobre os rumos da eleição presidencial.
Primeiro, o aumento do ressentimento da opinião pública contra a política, os partidos e os candidatos.
Segundo, o aumento do desgaste político da imagem do governo federal. Afinal, o principal responsável pela moralidade da administração pública na país é o Presidente. Ele é que nomeia e demite os seus assessores.
Terceiro, o financiamento da campanha do PSB. Afinal de contas: de que fonte abundante e generosa jorra tanto dinheiro para financiar a campanha da candidata do PSB? - do Céu? do Pastor Silas Malafaia? da Assembléia de Deus?
Existem muitas perguntas sem respostas em torno dos doadores (deste e do outro mundo) da campanha de Marina Silva à Presidencia da República. Como ela costuma posar de vestal, pura, renovada, na propaganda eleitoral do PSB, seria muito bom, necessário e oportuno que ela começasse a se explicar quem são os financiadores de sua campanha, o que eles querem, o que foi prometido (em nome de Deus) a eles.
Amém.

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