segunda-feira, 14 de julho de 2014

Mídia esconde greve nas universidades

usp

Os professores e SERVIDORES das universidades públicas de São Paulo estão em greve há 40 dias. Eles reivindicam aumento de salário e maiores investimentos no setor. O governador Geraldo Alckmin, porém, não aceita negociar com as entidades sindicais da categoria e ainda sinaliza que deseja privatizar as instituições de ensino. Já o Conselho de Reitores das Universidades Estaduais Paulistas (Cruesp), reunido na semana passada, argumentou que a “folha de pagamento das três instituições passou do patamar prudencial adequado”. Na mídia paulista, totalmente vinculada aos tucanos, a greve não existe, não é notícia. Quando se refere à longa paralisação, os jornalões babam seu ódio contra os grevistas.

Em artigo editorializado publicado na sexta-feira (11), o Estadão acusou os sindicatos do setor de intransigentes por se recusarem a participar de uma falsa rodada de negociação. “A Cruesp propôs uma reunião com as entidades sindicais dos docentes e funcionários administrativos na próxima semana, mas com a condição de que a questão salarial não seja incluída na pauta. Já os líderes dos grevistas continuam afirmando que os ganhos da USP, da Unicamp e da Unesp com as aplicações de suas RESERVAS técnicas no sistema financeiro permitem a concessão do reajuste pleiteado. Também reivindicam aumento de 9,57% para 11,6% na cota do ICMS a que as três universidades têm direito.”

Para o jornalão, que sempre bajulou as universidades paulistas pessimamente administradas nos governos tucanos, a reivindicação salarial é absurda. “Atualmente, a Unesp e a Unicamp consomem, respectivamente, 95,42% e 97,33% de seus orçamentos com salários. Na USP, esse gasto é de 105,3%, o que tem obrigado a instituição a recorrer às RESERVAS técnicas. É por isso que o Cruesp decidiu não conceder qualquer reajuste salarial em 2014. Já o governo estadual resiste ao aumento do porcentual do ICMS destinado às três universidades públicas paulistas, alegando que os problemas financeiros por elas enfrentados decorrem não de falta de verbas, mas de má gestão.”

Estadão ainda critica as táticas usadas pelos grevistas. “Diante do impasse, as corporações sindicais apelaram para os mais variados artifícios, propondo aos estudantes, docentes e servidores que debatam ‘as concepções da Reitoria sobre a universidade pública’, busquem apoio político de ‘entidades científicas, movimentos sociais, personalidades e mídia alternativa’ e peçam audiência ao governador Geraldo Alckmin. Apoiados pela bancada do PT na Assembleia Legislativa, os grevistas alegam que o partido de Alckmin (PSDB) quer privatizar as universidades públicas, por ser ‘neoliberal’”. O jornalão, a exemplo do restante da mídia, gostaria que a categoria morresse à mingua – de preferência em silêncio!

Nenhum comentário:

Postar um comentário